Com mais de 550 assinaturas, grupo pede manutenção dos direitos e a liberdade do trabalho em meio à pandemia

Os vereadores da Câmara de Santa Clara do Sul aprovaram nessa quarta-feira, 15, a moção encaminhada pelo grupo Movimento Popular do município, que pede a manutenção dos direitos e a liberdade do trabalho em meio à pandemia (leia na íntegra a seguir). A partir de uma mobilização que já recolheu cerca de 550 assinaturas, o grupo quer mobilizar as câmaras do Estado e chegar até a Assembleia Legislativa e ao governo estadual. Além de Santa Clara do Sul, Farroupilha já aprovou a moção, que deve passar por votação em outros municípios.

A moção foi apresentada na tribuna livre da sessão do dia 1º. A Mesa Diretora, por meio do presidente, Márcio Luiz Haas, também pediu que o documento fosse encaminhado para “todos os deputados estaduais e câmaras de vereadores no maior número possível, começando pelo Vale do Taquari e gabinete do governador e vice-governador”. O pedido também foi aprovado por todos os vereadores. Na tribuna, os vereadores elogiaram a mobilização do grupo e, segundo um entendimento geral, a história pode estar sendo feita no Estado a partir da comunidade e da Câmara.

Cleiton Conrado Rambo, representante do Movimento Popular, agradeceu os vereadores pelo trabalho e pelo apoio em relação a moção. Na tribuna, reforçou que o intuito do grupo é buscar a garantia de direitos e defender a economia e o trabalho, sem descuidar da saúde. Diz que é possível trabalhar e cuidar da saúde na pandemia, e entende que do jeito que a questão é tratada pelo governo estadual as pessoas podem vir a sofrer danos irreversíveis por causa da situação econômica.

O movimento defende a adoção do sistema vertical de distanciamento, para proteger as pessoas do grupo de riscos, em especial os idosos. “O trabalho é o que mantém as pessoas e ainda as permite ajudar ao próximo”.

 

Grupo arrecada e doa alimentos, roupas e móveis

 

Cleiton enalteceu o fato de a comunidade santa-clarense ter se unido para ajudar as pessoas atingidas por enchentes na região. “O caminho é sempre a união e o amor entre as pessoas”. Durante a semana, os sete integrantes do movimento junto com a comunidade e Administração Municipal arrecadaram alimentos, roupas, móveis e materiais de limpeza e de higiene. Os donativos foram encaminhados para famílias em Cruzeiro do Sul, Mariante-Venâncio Aires, Arroio do Meio e Estrela.

Cleiton lembra que foram arrecadados também R$ 720 para a compra de materiais de higiene e de limpeza, e revela que o grupo comprou os produtos em 11 mercados de Santa Clara do Sul, abrangendo todas as comunidades. “Foi um forma de também ajudar o comércio local”. Ele conta que os próprios comerciantes ajudaram com doações para a causa. “Foi muito gratificante”.

Cleiton ressalta que a campanha de donativos prossegue, visto que a Assistência Social do município precisa de uma reserva para continuar atendendo a comunidade.

Moção de Apoio

 

“Diante da manifestação feita pelo Movimento Popular, grupo de munícipes de Santa Clara do Sul que considera as medidas adotadas pelo Governo Estadual para a contenção do avanço do COVID-19 como insensatas e radicais, a Câmara de Vereadores de Santa Clara do Sul, através de suas atribuições, propõe a discussão sobre referida pauta, elencando as seguintes considerações:

  1. Considerando que o isolamento e distanciamento social foram impostos como necessários para que, durante o período de lockdown, se buscasse uma solução para o COVID-19, e se reestruturasse o sistema de saúde pública, e que mesmo após 5 meses do início das restrições continuamos sem um planejamento eficaz para a motivação da economia sem descuidar da saúde;
  2. Considerando que a saúde pública não se resume apenas ao cuidado com o COVID-19, pois tem ligação direta com a fome e o desemprego;
  3. Considerando que o “abre e fecha” do comércio e demais serviços agrava ainda mais a situação econômica do Estado;
  4. Considerando que qualquer trabalho que provê o sustento familiar é essencial;
  5. Considerando que tais medidas restritivas de isolamento e distanciamento social infringem vários direitos garantidos ao povo pela Constituição Federal, entre eles, os do Artigo 6º que diz que: ‘São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Conclui-se que é urgente e imprescindível a adoção pelo Poder Executivo de medidas plausíveis que atendam a sociedade gaúcha como um todo, reativando a economia sem descuidar da saúde. Desta forma, esta Câmara Municipal manifesta total apoio à causa”.

Data de publicação: 17/07/2020

Créditos: Leonardo Heisler

Créditos das Fotos: Leonardo Heisler

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