Liga Santa-Clarense de Combate ao Câncer completa 5 anos em junho, e presidente reforça importância do trabalho

Santa Clara do Sul celebra neste sábado, 15 de maio, o Dia Municipal de Prevenção e Combate ao Câncer. O município carrega em sua história muitos avanços no combate à doença, e parte deste trabalho cabe à Liga Santa-clarense de Combate ao Câncer. A entidade que completa 5 anos em junho ajuda pacientes de qualquer idade e gênero com o custeio no tratamento e ainda no apoio psicológico.
“Precisamos que as pessoas adotem a Liga”, ressalta a presidente da entidade, Helena Herrmann. Na tribuna, durante a sessão da Câmara de Vereadores dessa quarta-feira, 12, ela ressaltou a importância do apoio neste momento que a pandemia dificulta a arrecadação de dinheiro. Apesar de ser inviável a realização de eventos e pedágios neste momento, diz, o trabalho de assistência aos pacientes com câncer continua de forma ininterrupta. Em 2020 foram captados R$ 30 mil por meio de doações diretas, e desses já foram utilizados R$ 23 mil para o pagamento de exames, remédios e suplementos.
Além da constante suplementação alimentar, o dinheiro é utilizado para pagar exames de colonoscopia, tomografia, biópsia e outros, além de remédios. Cedência de equipamentos, como cadeiras de roda, andadores e até perucas também integram a lista de ajuda.

"A gente começa a viver outra vez"

Cátia Carina de Oliveira foi de motocicleta até a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Santa Clara do Sul, em 2019, para saber o resultado do exame que diagnosticaria as causas dos sintomas que ignorou por meses. Pensava que o cansaço, os hematomas no corpo e os sangramentos pudessem ser por conta da medicação para um problema cardíaco. “A gente sempre deixa para última hora, prefere trabalhar do que buscar atendimento”.
Ela estacionou na frente da UBS, deixou a mochila na sala de atendimento e de lá, assustada, saiu de ambulância para ficar seis meses longe de casa. A partir daí teve que enfrentar a leucemia mieloide aguda, uma doença bastante rara para quem recém havia completado 30 anos. “Chorei durante todo o trajeto para o hospital”, declara Cátia, que lembra ter se perguntado diversas vezes por que isso acontecia com ela, até entender, ainda na ambulância, que de fato isso pode acometer qualquer um e a qualquer momento: ‘Se acontece com crianças e idosos, por que não comigo’?
Assim que chegou foi direto para a transfusão de sangue, e logo mais passou a se submeter às constantes quimioterapias. A dor pelo tratamento, o medo da morte e a baixa autoestima pela perda dos cabelos a acompanharam ao longo desses anos.
Cátia se emociona ao lembrar da importância da Liga Santa-Clarense de Combate ao Câncer para que ela superasse muitos desafios, e admite, levou meses para se abrir para o processo de receber o apoio. “No início eu achava que tinha que fazer tudo sozinha. Mesmo sem o salário de vendedora, e com o marido perdendo carga horária no trabalho, recusava ajuda porque entendia que outros poderiam precisar mais do que ela”, declara. “Depois entendi que, além da ajuda financeira para suplementos e exames, a gente precisa de apoio psicológico e de muitas outras coisas”.
Um dos gestos da Liga ela guarda com carinho na memória, e faz questão de compartilhar. Em um Natal, recebeu um presente especial na porta de sua casa: um pacote com bolachas pintadas feitas pelas voluntárias. “Algo simples, mas que para mim teve fundamental importância pelo carinho. Eu não esperava”. Ela agradece muito à Liga, em especial à presidente, Helena Herrmann. “Sempre que precisei mandava whats pra ela e ela imediatamente resolvia”, declara. “Tenho a sorte de estar em uma cidade muito boa”.
Cátia está na expectativa para receber a alta definitiva, marcada para agosto, e está ansiosa para voltar ao trabalho. “A gente começa a viver outra vez”.

“Só temos a agradecer e reforçar que seguiremos unidos”

Secretária da Saúde e Assistência Social de Santa Clara do Sul e uma das fundadoras da entidade, Iara Kohlrausch afirma que nesses quatro anos em que a Liga de Combate ao Câncer está em atividade no município, o setor conseguiu avançar, aproximar e humanizar o acesso dos atendimentos aos pacientes. “Essa parceria é de extrema importância para todos, porque através da Liga, o governo municipal e a equipe da Unidade Básica de Saúde conseguem agilizar exames, diagnósticos e tratamentos que antes esbarravam em burocracias pontuais do sistema. Nunca sabemos quando vamos precisar de apoio e são nestes momentos mais frágeis e vulneráveis que fica ainda mais evidente a importância de ter uma mão estendida para nos apoiar e orientar”.
Ela ressalta que a Liga vem desempenhando de forma brilhante e solidária o papel na comunidade. “Só temos a agradecer e reforçar que seguiremos unidos, de mãos dadas pela causa”.


Saiba mais

A sede se localiza na Avenida 28 de Maio, no Centro, em uma ampla sala no terceiro andar do prédio do Banco do Brasil.
Dez colaboradoras trabalham na costura e trabalhos manuais, que são doados aos pacientes ou vendidos para auxiliar no custeio de exames e suplementação. Entre as voluntárias está Marciani Driemeier, 52, costureira chefe que está há três anos na entidade. Conta que a comunidade doa tecidos para as voluntárias confeccionarem peças como tapetes, bolsas, toucas, capas de garrafas térmicas, e outros itens. “Tudo sem custo. E às vezes a própria comunidade faz em casa e já manda pronto”.


Como ajudar a Liga

Quem quiser contribuir mensalmente pode fazer por meio de um bloquinho e depositar na caixinha da Liga no supermercado STR. Ou então fazer debito em conta:
 AG 0179
Conta 84211-7

A doação de tampas de garrafas pet e de latas de alumínio também é uma forma de ajudar a Liga a arrecadar dinheiro. Institutos de beleza também recolhem cabelos de doações.




Data de publicação: 15/05/2021

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